terça-feira, 28 de dezembro de 2010

CONSCIÊNCIA NEGRA, MODO DE USAR

Quando te disserem que você quer dividir o Brasil em pretos e
brancos, mostre que essa divisão sempre existiu. Se insistirem na
acusação, mostre que, neste país, 121 anos após a Abolição, em todas
as instâncias, o Poder é sempre branco. E que até mesmo como técnicos
de futebol ou carnavalescos de escolas de samba, os negros só aparecem
como exceção.
Quando, ainda batendo nessa tecla, te disserem que o Brasil é um país
mestiço, concorde. Mas ressalve que essa mestiçagem só ocorre, com
naturalidade, na base da pirâmide social, e nunca nas altas esferas do
Poder. E que o argumento da mestiçagem brasileira tem legitimado a
expropriação de muitas das criações do povo negro, do samba ao candomblé.
Quando te jogarem na cara a afirmação de que a África também teve
escravidão, ensine a eles a diferença entre servidão e cativeiro.
Mostre que a escravidão tradicional africana tinha as mesmas
características da instituição em outras partes do mundo,
principalmente numa época em que essa era a forma usual de exploração
da força de trabalho. Lembre que, no escravismo tradicional africano,
que separava os mais poderosos dos que nasciam sem poder, o bom
escravo podia casar na família do seu senhor, e até tornar-se
herdeiro. E assim, se, por exemplo, no século XVII, Zumbi dos Palmares
teve escravos, como parece certo, foi exatamente dentro desse contexto
histórico e social.
Diga, mais, a eles que, na África, foram primeiro levantinos e,
depois, europeus que transformaram a escravidão em um negócio de altas
proporções. Chegando, os europeus, ao ponto de fomentarem guerras
para, com isso, fazerem mais cativos e lucrarem com a venda de armas e
seres humanos.
Diga, ainda, na cara deles que, embora africanos também tenham vendido
africanos como escravos, a África não ganhou nada com o escravismo,
muito pelo contrário. Mas a Europa, esta sim, deu o seu grande salto,
assumindo o protagonismo mundial, graças ao capital que acumulou coma
escravidão africana. Da mesma que forma que a Ásia Menor, com o
tráfico pelo Oceano Índico, desde tempos remotos.
Quando te enervarem dizendo que movimento negro é imitação de 
americano, esclareça que já em 1833, no Rio, o negro Francisco de
Paula Brito liderava a
publicação de um jornal chamado O Homem de Cor, veiculando, mesmo com
as limitações de sua época, reivindicações do povo negro. Que daí, em
diante, a mobilização dos negros em busca de seus direitos, nunca
deixou de existir. E isto, na publicação de jornais e revistas, na
criação de clubes e associações, nas irmandades católicas, nas casas
de candomblé... Etc.etc.etc.
Aí, pergunte a eles se já ouviram falar no clube Floresta Aurora,
fundado em 1872 em Porto Alegre e ativo até hoje; se têm idéia do que
foi a Frente Negra Brasileira, a partir de 1931, e o Teatro
Experimental do Negro, de 1944. Mostre a eles que movimento negro não
é um modismo brasileiro. Que a insatisfação contra a exclusão é geral.
Desde a fundação do Partido Independiente de Color, em Cuba, 1908,
passando pelo movimento Nuestra Tercera Raíz dos afro-mexicanos, em
1991; pela eleição do afro-venezuelano Aristúbolo Isturiz como
prefeito de Caracas, em 1993; pelo esforço de se incluírem conteúdos
afro-originados no currículo escolar oficial colombiano no final dos
1990; e chegando à atual mobilização dos afrodescendentes nas
províncias argentinas de Corrientes, Entre Rios e Missiones, para só
ficar nesses exemplos.
Quando, de dedo em riste, te jogarem na cara que os negros do Brasil
não são africanos e, sim, brasileiros; e que muitos brasileiros pretos
(como a atleta Fulana de Tal, a atriz Beltrana, e o sambista
Sicraninho da Escola Tal) têm em seu DNA mais genes europeus do que
africanos, concorde. Mas diga a eles que a Biologia não é uma ciência
humana; e, assim, ela não explica o porquê de os afrobrasileiros
notórios serem quase que invariavelmente, e apenas, profissionais da
área esportiva e do entretenimento. E depois lembre que a Constituição
Brasileira protege os bens imateriais portadores de referência à
identidade, à ação e à memória dos diferentes grupos formadores da
sociedade brasileira e suas respectivas formas de expressão. E que a
Consciência Negra é um desses bens intangíveis.
Consciência Negra repita bem alto pra eles, parafraseando Leopold 
Senghor não é racismo ou complexo de inferioridade e, sim, um anseio
legitimo de expansão e crescimento. Não é separatismo,
segregacionismo, ressentimento, ódio ou desprezo pelos outros grupos
que constituem a Nação brasileira.
Consciência Negra somos nós, em nossa real dimensão de seres humanos,
sabendo claramente o que somos, de onde viemos e para onde vamos,
interagindo, de igual pra igual, com todos os outros seres humanos, em
busca de um futuro de força, paz, estabilidade e desenvolvimento.

por Nei Lopes

terça-feira, 21 de dezembro de 2010

Dez maneiras de contribuir por uma infância sem racismo

                                                  
1. Eduque as crianças para o respeito à diferença. Ela está nos tipos de brinquedos, nas línguas faladas, nos vários costumes entre os amigos e pessoas de diferentes culturas, raças e etnias. As diferenças enriquecem nosso conhecimento.
2. Textos, histórias, olhares, piadas e expressões podem ser estigmatizantes com outras crianças, culturas e tradições. Indigne-se e esteja alerta se isso acontecer.
3. Não classifique o outro pela cor da pele; o essencial você ainda não viu. Lembre-se: racismo é crime.
4. Se seu filho ou filha foi discriminado, abrace-o, apoie-o. Mostre-lhe que a diferença entre as pessoas é legal e que cada um pode usufruir de seus direitos igualmente.
Toda criança tem o direito de crescer sem ser discriminada.
5. Não deixe de denunciar. Em todos os casos de discriminação, você deve buscar defesa no conselho tutelar, nas ouvidorias dos serviços públicos, na OAB e nas delegacias de proteção à infância e adolescência. A discriminação é uma violação de direitos.
6. Proporcione e estimule a convivência de crianças de diferentes raças e etnias nas brincadeiras, nas salas de aula, em casa ou em qualquer outro lugar.
7. Valorize e incentive o comportamento respeitoso e sem preconceito em relação à diversidade étnico-racial.
8. Muitas empresas estão revendo sua política de seleção e de pessoal com base na multiculturalidade e na igualdade racial. Procure saber se o local onde você trabalha participa também dessa agenda. Se não, fale disso com seus colegas e supervisores.
9. Órgãos públicos de saúde e de assistência social estão trabalhando com rotinas de atendimento sem discriminação para famílias indígenas e negras. Você pode cobrar essa postura dos serviços de saúde e sociais da sua cidade. Valorize as iniciativas nesse sentido.
10. As escolas são grandes espaços de aprendizagem. Em muitas, as crianças e os adolescentes estão aprendendo sobre a história e a cultura dos povos indígenas e da população negra; e como enfrentar o racismo. Ajude a escola de seus filhos a também adotar essa postura.

TESTE DO RACISMO EM CRIANÇAS


Talvez um dos vídeos mais chocantes sobre racismo que está disponível na internet. O teste de racismo em crianças negras é a confirmação de todas as atrocidades que foram feitas contra os negros desde a colonização dos países da continente americano, principalmente aqui no Brasil, onde os negros escravizados não poderiam manifestar sua cultura, sua língua e sua religião. Onde o negro sempre foi considerado inferior, em todos os aspectos, sejam eles físicos ou intelectuais, em relação ao homem branco. Portanto, esse vídeo, mesmo não sendo brasileiro, reflete o que sempre foi imposto ao negro, que infelizmente ainda existe.   

Professor Galindo Pedro Ramos

Secretário-geral da ONU cobra empenho contra o racismo, no lançamento do Ano Internacional dos Afrodescendentes – 2011

O secretário-geral das Nações Unidas, Ban Ki-Moon, fez um apelo para que a comunidade internacional  se empenhe em garantir aos afro-descententes direitos fundamentais como a saúde e a educação, no lançamento oficial do Ano Internacional dos Afrodescendentes - 2011.
“Vamos todos intensificar os nossos esforços para assegurar que os povos afrodescendentes possam gozar de todos os seus direitos”, afirmou Ban Ki-moon na sexta-feira, em Nova York. Homenagear os povos de origem africana foi uma iniciativa da Assembleia-Geral da ONU, em reconhecimento da necessidade de se combater o racismo e as desigualdades econômicas e sociais.
Os afrodescendentes estão entre as comunidades "mais afetadas pelo racismo" e "enfrentam demasiadas vezes restrição de acesso a serviços básicos, como saúde e educação de qualidade ", afirmou o secretário-geral da ONU.  "A comunidade internacional não pode aceitar que comunidades inteiras sejam marginalizadas por causa da sua cor de pele", afirmou.
Ban lembrou ainda das metas de integração e promoção da equidade racial estabelecidas pelos países-membros da ONU na Conferência de Durban, em 2001.  O compromisso foi reiterado no ano passado, na Conferência de Revisão de Durban, realizada entre 20 e 24 de abril de 2009 em Genebra (Suíça).
Mais da metade de população brasileira tem ascendência africana. Segundo dados do IBGE de 2009, 51,1% dos brasileiros se reconhecem como "pretos" ou "pardos". Com a segunda maior população negra do planeta (e primeira fora do continente africano), a missão do Brasil na ONU congratulou a celebração do Ano Internacional dos Afrodescendentes, como “uma ocasião para chamar atenção para as persistentes desigualdades que ainda afetam esta parte importante da população brasileira”.

segunda-feira, 20 de dezembro de 2010

Somos todos iguais

Atualmente, é bem notável em nosso país a presença do preconceito em nossa sociedade, que se espalha feito um verme e se manifesta em culturas, religiões, classes sociais e, principalmente o preconceito racial ou racismo, que acontece por causa de algo ridículo, irrelevante, fútil e até infantil; a cor da pele.


Esse tipo de preconceito já foi imposto social e mentalmente há muito tempo e de diversas maneiras como, por exemplo, com escravidão do povo africano, as ideologias racistas do imperialismo e mais tarde do fascismo e do apartheid na África do Sul, que infelizmente nos influenciaram e ainda influenciam até os dias de hoje. As vítimas do mesmo apesar de sentirem excluídas e inferiores não devem abaixar a cabeça diante desse crime que deve ser combatido imediatamente. O problema também se encontra no “auto-racismo”, ou seja, o racismo praticado contra a própria pessoa que não se aceita como é.

Então fica a pergunta: será que o Brasil não é um país racista como dizem? Será que uma nação que se diz contra ao racismo, por exemplo, tem policiais que espancam até a morte um negro que se dirige a seu carro pensando ser um ladrão? Quando isso vai ter fim?
Somos a miscigenação, a união de vários povos indígenas, europeus, africanos... Somos diferentes por fora, mas iguais por dentro.

O racismo não é uma teoria científica, mas um conjunto de opiniões pré concebidas.

Rennê Câmara Barros - ALUNO do 9° Ano Colégio Dom Felipe - Fortaleza - CE
 

Jornal O Povo On Line

Unicef lança campanha para combate ao racismo contra crianças no Brasil


Trinta e um milhões de crianças negras e 150 mil indígenas que vivem hoje no Brasil são o alvo de uma campanha lançada dia 29 de novembro pelo Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef). O objetivo é combater a discriminação racial contra a população dessa faixa etária.
Os números mais recentes da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), mostram que as crianças negras e indígenas são mais vulneráveis em diversos aspectos. Mais de 60% da população de 7 a 14 anos que não frequenta a escola são negros. O índice de mortalidade infantil entre os indígenas é duas vezes maior do que a taxa nacional: 41 mortes para cada mil nascidos vivos contra 19/1000 no total da população.
Para a especialista de Programas de Proteção à Infância do Unicef no Brasil, Helena Oliveira Silva, os números mostram que a raiz do problema da desigualdade está além da questão socioeconômica. “Apesar do avanço das políticas públicas brasileiras, alguns grupos de famílias e crianças continuam em situação de vulnerabilidade. Grupos que historicamente vinham sendo ausentes na políticas, permanecem na mesma condição”, destaca.
Helena aponta que o preconceito ocupa uma dimensão “muito subjetiva” no dia a dia da criança, seja na escola ou em outros ambientes. Pela vulnerabilidade da própria idade, o preconceito causa impacto nesse público com mais força. “A criança vítima de preconceito, que é estereotipada, tem o desenvolvimento da sua identidade afetado. Isso marca a infância dela”, afirma.
Apesar de tratar da população negra e indígena, Helena lembra que o alerta da campanha é para toda a sociedade.  “Nossa responsabilidade como adulto é trabalhar para que a situação não se perpetue. Diante de uma situação de discriminação no cotidiano, muitos não sabem como explicar de forma adequada a questão da diversidade para uma criança, seja ela branca, negra ou indígena”, explica a representante do Unicef.
Para chamar a atenção sobre o problema, além de peças publicitárias o fundo vai lançar um blog e uma cartilha com orientações para a população. O material mostra dez maneiras de contribuir para uma infância sem racismo.

domingo, 19 de dezembro de 2010

Curta metragem "Vista minha pele"



Vista a Minha Pele
2003, 15 min.

“Vista a Minha Pele” é uma divertida paródia da realidade brasileira. Serve de material básico para discussão sobre racismo e preconceito em sala-de-aula.
Nesta história invertida, os negros são a classe dominante e os brancos foram escravizados. Os países pobres são Alemanha e Inglaterra, enquanto os países ricos são, por exemplo, África do Sul e Moçambique. Maria é uma menina branca, pobre, que estuda num colégio particular graças à bolsa-de-estudo que tem pelo fatode sua mãe ser faxineira nesta escola. A maioria de seus colegas a hostilizam, por sua cor e por sua condição social, com exceção de sua amiga Luana, filha de um diplomata que, por ter morado em países pobres, possui uma visão mais abrangente da realidade.
Maria quer ser “Miss Festa Junina” da escola, mas isso requer um esforço enorme, que vai desde a superação do padrão de beleza imposto pela mídia, onde só o negro é valorizado, à resistência de seus pais, à aversão dos colegas e à dificuldade em vender os bilhetes para seus conhecidos, em sua maioria muito pobres. Maria tem em Luana uma forte aliada e as duas vão se envolver numa série de aventuras para alcançar seus objetivos. O centro da história não é o concurso, mas a disposição de Maria em enfrentar essa situação. Ao final ela descobre que, quanto mais confia em si mesma, mais capacidade terá de convencer outros de sua chance de vencer.
 
Indicações de uso:
O vídeo pode ser usado na discussão sobre discriminação no Brasil. É um instrumento atraente, com linguagem ágil e atores conhecidos do público alvo - adolescentes na faixa de 12 a 16 anos. Vem acompanhado de uma apostila de orientação ao professor para sua utilização em sala de aula, elaborada por educadores e psicólogos comprometidos com as questões de gênero e raça.

 
Ficha técnica:
Duração: 15 minutos
Direção: Joel Zito Araújo
Produção: Casa de Criação

 
Contato:
Tel.: (11) 6978-8333
E-mail: ceert@ceert.org.br
Página: www.ceert.org.br

Lei nº 11.645/2008

Presidência da República
Casa Civil
Subchefia para Assuntos Jurídicos


Altera a Lei no 9.394, de 20 de dezembro de 1996, modificada pela Lei no 10.639, de 9 de janeiro de 2003, que estabelece as diretrizes e bases da educação nacional, para incluir no currículo oficial da rede de ensino a obrigatoriedade da temática “História e Cultura Afro-Brasileira e Indígena”.
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei:
Art. 1o  O art. 26-A da Lei no 9.394, de 20 de dezembro de 1996, passa a vigorar com a seguinte redação:
Art. 26-A.  Nos estabelecimentos de ensino fundamental e de ensino médio, públicos e privados, torna-se obrigatório o estudo da história e cultura afro-brasileira e indígena.
§ 1o  O conteúdo programático a que se refere este artigo incluirá diversos aspectos da história e da cultura que caracterizam a formação da população brasileira, a partir desses dois grupos étnicos, tais como o estudo da história da África e dos africanos, a luta dos negros e dos povos indígenas no Brasil, a cultura negra e indígena brasileira e o negro e o índio na formação da sociedade nacional, resgatando as suas contribuições nas áreas social, econômica e política, pertinentes à história do Brasil.
§ 2o  Os conteúdos referentes à história e cultura afro-brasileira e dos povos indígenas brasileiros serão ministrados no âmbito de todo o currículo escolar, em especial nas áreas de educação artística e de literatura e história brasileiras.” (NR)
Art. 2o  Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.
Brasília,  10  de  março  de 2008; 187o da Independência e 120o da República.
LUIZ INÁCIO LULA DA SILVA
Fernando Haddad
Este texto não substitui o publicado no DOU de 11.3.2008.

http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2007-2010/2008/lei/l11645.htm

Lei nº 10.639/2003


Altera a Lei no 9.394, de 20 de dezembro de 1996, que estabelece as diretrizes e bases da educação
nacional, para incluir no currículo oficial da Rede de Ensino a obrigatoriedade da temática "História e
Cultura Afro-Brasileira", e dá outras providências.O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu
sanciono a seguinte LeiArt. 1° A Lei n° 9.394, de 20 de dezembro de 1996, passa a vigorar acrescida dos seguintes arts.
26-A, 79-A e 79-B:
"Art. 26-A. Nos estabelecimentos de ensino fundamental e médio, oficiais e particulares, torna-se
obrigatório o ensino sobre História e Cultura Afro-Brasileira.
§ 1° O conteúdo programático a que se refere o caput deste artigo incluirá o estudo da História da
África e dos Africanos, a luta dos negros no Brasil, a cultura negra brasileira e o negro na formação
da sociedade nacional, resgatando a contribuição do povo negro nas áreas social, econômica e
política pertinentes à História do Brasil.
§ 2° Os conteúdos referentes à História e Cultura Afro-Brasileira serão ministrados no âmbito de
todo o currículo escolar, em especial nas áreas de Educação Artística e de Literatura e História
Brasileiras.
§ 3° (VETADO)"
"Art. 79-A. (VETADO)"
"Art. 79-B. O calendário escolar incluirá o dia 20 de novembro como ‘Dia Nacional da Consciência
Negra’."Art. 2° Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.
Brasília, 9 de janeiro de 2003; 182° da Independência e 115° da República.LUIZ INÁCIO LULA DA SILVA

LEI N° 10.639, DE 9 DE JANEIRO DE 2003.

sexta-feira, 17 de dezembro de 2010

História Geral da África - Faça download no Portal do MEC

 


Em 1964, a UNESCO dava início a uma tarefa sem precedentes: contar a história da África a partir da perspectiva dos próprios africanos. Mostrar ao mundo, por exemplo, que diversas técnicas e tecnologias hoje utilizadas são originárias do continente, bem como provar que a região era constituída por sociedades organizadas, e não por tribos, como se costuma pensar.

Quase 30 anos depois, 350 cientistas coordenados por um comitê formado por 39 especialistas, dois terços deles africanos, completaram o desafio de reconstruir a historiografia africana livre de estereótipos e do olhar estrangeiro. Estavam completas as quase dez mil páginas dos oito volumes da Coleção História Geral da África, editada em inglês, francês e árabe entres as décadas de 1980 e 1990.

Além de apresentar uma visão de dentro do continente, a obra cumpre a função de mostrar à sociedade que a história africana não se resume ao tráfico de escravos e à pobreza. Para disseminar entre a população brasileira esse novo olhar sobre o continente, a UNESCO no Brasil, em parceria com a Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização e Diversidade do Ministério da Educação (SECAD/MEC) e a Universidade Federal de São Carlos (UFSCAR), viabilizaram a edição completa em português da Coleção, considerada até hoje a principal obra de referência sobre o assunto.

O objetivo da iniciativa é  preencher uma lacuna na formação brasileira a respeito do legado do continente para a própria identidade nacional.

O Brasil e outros países de língua portuguesa têm agora a oportunidade de conhecer a Coleção História Geral da África em português. A coleção foi lançada em solenidade, em Brasília, com a presença dos ministros de Educação e Cultura.

Acesse o site do MEC e faça o download da coleção.
 
Palavras-chave: história, áfrica, publicações
 

quinta-feira, 16 de dezembro de 2010

Educação para a Diversidade Étnicorracial



O colonialismo português do século XVI trouxe ao Brasil um enorme contingente de africanos escravizados que sofreram inúmeros tipos de violência, dentre os quais estão, a submissão ao trabalho forçado nas casas grandes, minas e lavouras brasileiras, um processo de encobrimento, em que foram obrigados a abandonar elementos de sua cultura de origem e incorporar elementos da cultura cristã-ocidental.
A violência física e o destrato trataram de ensinar rapidamente qual a conduta e o lugar social destinados aos africanos e seus descendentes no Brasil, os quais, a fim de garantir sua sobrevivência, foram obrigados a se adequar às condições sub-humanas a que estavam submetidos.
Apesar dessa violência, procuraram manter vivos diversos aspectos de sua cultura através da oralidade e da transculturação promovida entre, por exemplo, a sua religião e a religião católica, quando encontraram como solução para a realização de seus cultos a simulação de cultos a santos cristãos, que, com o passar do tempo tornaram-se entidades verdadeiramente cultuadas em algumas religiões afro-descendentes.
Mesmo com o fim da escravidão no Brasil, os indivíduos negros foram marginalizados e socialmente tratados como inferiores, tendo sua mentalidade desvalorizada frente à racionalidade ocidental, e sua religiosidade demonizada pelas religiões cristãs.
A luta por condições igualitárias de vida foi se intensificando, de maneira que a comunidade afro-descendente se uniu em torno de uma identidade negra e de ações afirmativas promovidas no sentido de reparar a este segmento social os danos historicamente sofridos.
Atualmente, existem muitas entidades buscando uma igualdade racial e social em nosso país, além dos movimentos negros que encontram-se fortemente estruturados, sendo amplamente apoiado por intelectuais de diferentes etnias e por diversos grupos político-sociais.
As questões da plena inserção social, do combate ao preconceito e à discriminação e a construção de um olhar positivo sob a história e cultura africanas, são tratadas como urgentes demandas sociais, a respeito das quais o Estado brasileiro vem empreendendo políticas como o programa de cotas para negros nas universidades e a implementação da lei 10.639/03 na rede básica e superior de ensino. Através de ações como estas, que constituem conquistas do movimento negro brasileiro, se pretende formar uma nova sociedade, atenta à diversidade cultural e étnica do povo que a compõe.

quarta-feira, 15 de dezembro de 2010

Semana da Consciência Negra - Máscaras Africanas

Relatório da Semana da Consciência Negra
Profº Galindo Pedro Ramos

Confecções de Máscaras
Africanas, objetivando resgatar a arte africana


As Máscaras nas comunidades africanas, geralmente estão ligadas a rituais religiosos, de guerra, de fertilidade da terra e até mesmo de entretenimento. Elas são criadas para serem vistas em movimento. Diferentemente das máscaras da sociedade ocidental, para as comunidades africanas toda a indumentária que cobre o corpo do mascarado é considerada máscara; e geralmente são os homens quem dançam mascarados.
Quando esculpidas, as máscaras africanas não representam fielmente rostos humanos. São geralmente esculpidas em madeira, a sua confecção passa por rituais desde a escolha de quem vai confeccioná-la até o ritual de purificação pelo qual o escultor irá passar, para que possa a partir daí, nascer uma nova máscara em substituição de outra.
No ensejo das comemorações do Dia Nacional da Consciência Negra, as peças confeccionadas pelos alunos da 6ª série do ensino fundamental, serviram de homenagem à arte e cultura do continente africano.
O trabalho com os alunos seguiu na seguinte metodologia:

• trabalhos com textos que abordam temas referentes a arte africana;
• pesquisa com os alunos, na internet, imagens de máscaras
africanas
e quais situações elas eram e são usadas nos dias atuais;
• cada aluno escolhe uma máscara que pesquisou na internet e faz uma recriação daquela máscara, ainda em uma folha como molde;
• confeccão das máscaras usando papéis cartão coloridos, grãos de feijão e milho, lacres de latinha de refrigerante, penas, e.v.a., tnt, etc.

Equipes Multidisciplinares



Informativo nº 47
 

O Estado do Paraná, desde de 2003 tem desenvolvido uma série de ações com o objetivo de implementar a Lei nº 10. 639/03 e as Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação das Relações Étnico-Raciais e para o Ensino de História e Cultura Afro-Brasileira e Africana no currículo oficial da Rede Ensino. Entre as ações destacam-se: os Grupos de Estudos, os Encontros de Educadores(as) Negros(as) do Paraná, os Simpósios de História e Cultura Afro-Brasileira e Africana, a produção de Cadernos Temáticos sobre as Relações Étnicorraciais na Escola, bem como a participação no Fórum Permanente de Educação e Diversidade Étnicorracial do Paraná.
  A partir do ano de 2006, através da Deliberação nº 04/06 do Conselho Estadual de Educação do Paraná preconiza nos seus artigos 6º e 8º a formação de Equipes Multidisciplinares e o acompanhamento e registro das atividades por elas desenvolvidos. 
Portanto, temos essa tarefa dentro da escola, de ser o espaço de discussões entre toda a comunidade escolar (pais, alunos, professores, funcionários, etc), sobre a diversidade, a desigualdade, a maneira que as pessoas discriminadas são tratadas e vistas pela sociedade, as oportunidades que lhe são negadas e as contribuições do povo negro na sociedade e cultura brasileira.

Nesse sentido, o trabalho das Equipes Multidisciplinares nas escolas da Rede Estadual de Educação é fundamental importância para o processo de superação das práticas discriminatórias, seguidas de racismo e preconceitos raciais, que ainda se fazem presentes no espaço escolar. Trata-se de uma abordagem cujo intuito é ampliar a discussão e encaminhar ações educativas no que concerne às Relações Étnico-Raciais e o Ensino de História e Cultura Afro-Brasileira e Africana para além do currículo.
 
GOVERNO DO ESTADO DO PARANÁ


SECRETARIA DO ESTADO DA EDUCAÇÃO


NÚCLEO REGIONAL DE EDUCAÇÃO - PONTA GROSSA – PARANÁ
 

terça-feira, 14 de dezembro de 2010

O início de tudo!

Estudar sobre as questões da diversidade étnicorracial me fez entender melhor sobre o posicionamento de algumas pessoas em relação ao preconceito racial e social. Este preconceito está impregnado em nossa sociedade, mesmo que muitos digam que não existe preconceito racial no Brasil. Temos a obrigação de buscarmos maneiras, projetos  e propostas para mudar a visão de que uma pessoa é menos importante, ou menos inteligente, ou menos bonita que outra, simplesmente pela sua cor de pele. Por isso, surgiu a ideia desse blog, para que eu possa compartilhar com as pessoas que também se interessam por esses assuntos e que estejam dispostas a discutir, trocar ideias e informações que nos façam pensar e mudar as concepções de desigualdade racial e social existente em nossa sociedade.